São portugueses com raízes lisboetas. João Barreiros, Nuno Canina, Pedro da Rosa e Ricardo Amaral. Juntos dão vida ao pop xamânico dos Madrepaz, e volvido um ano após o lançamento do primogénito trabalho da banda ainda não é tarde para os destacar neste espaço que está a começar.
Fãs do psicadelismo da década de 60 a lerem isto? Dos Beatles? Dos Pink Floyd da era Barrett? Dos The Doors também? Pois aqui está um belo álbum cantado em português de Portugal cujo som vai beber um pouco a todos esses xamãs. Em conversa com o Público, a banda falou do retiro quase espiritual que foi necessário para a composição do disco, finalizado ao fim de oito dias. Referem ainda algumas das influências, apontando Zeca Afonso ou Tame Impala em particular, contudo realçando a abrangência do som que alcançaram, que na verdade se pinta com uma "mistura panorâmica" de muitos e variados grupos.
Cantado em português, 'Panoramix' traz-nos à memória o 'Pesar o Sol' dos Capitão Fausto, e de facto ouve-se muito bem este disco. Tem alguns temas que ficam mais no ouvido, caso de 'Sopra o Vento' com um riff que facilmente poderia ter vindo da cabeça e guitarra de Kevin Parker, mas caso também da bela balada ao estilo de Zeca Afonso que se transforma num instrumental floydiano, e que é 'Santa Clara e a Laranjeira da Zebra Madura'. Obrigatório ouvir.
De aplaudir tanto o artwork fantástico como a originalidade da escolha dos nomes, ajudam a conferir uma certa aura mística que a banda procura. De resto deviam também espreitar os vídeos das três primeiras músicas no canal de YouTube deles. Muito bem produzidos, com uma cinematografia espectacular, originalidade dos conceitos e efeitos psicadélicos inspirados no artwork do disco. Já agora ouçam tudo, vale a pena.
Madrepaz - Sopra o Vento
Conclusão: um sólido trabalho dos Madrepaz que nos deixa expectantes em relação ao que 2018 possa trazer à banda.
rafael silva
Comentários
Enviar um comentário