Unknown Mortal Orchestra - Sex & Food (2018)



Chegando a sexta-feira já não se pensa noutra coisa, não é verdade? Mas o que interessa a chuva estar de volta para te estragar os planos de fim de semana? Prepara-te antes a ti próprio e às tuas colunas. Os Unknown Mortal Orchestra estão de volta. (i)Mortais como sempre e nunca desconhecidos, regressam para matar a fome dos nossos ouvidos de sexo e comida. Ok, isto soou estranho. Adiante.

Depois do aclamado Multi-Love ter sido lançado em inícios de 2015, fãs de UMO de todo o mundo aguardavam expectantes pelo lançamento deste novo trabalho, Sex & Food. Mas se muitos sentiam saudades das sonoridades de II de 2013 (óptimo disco!!), em Sex & Food a banda revisita as melodias da guitarra de Ruban Nielson tão bonitas e delicadas como a sua voz. Mas tão rapidamente nos fazem sentir a flutuar rodeados de nuvens rosa de algodão doce ou algo que o valha, como no momento a seguir já estamos de volta ao funk mais eléctrico que ouvimos em Multi-Love, como podemos ainda ser levados de arrastão para lugares onde, por exemplo, se escutam os reminiscentes psicadélicos do rock de Jimi Hendrix. 


Unknown Mortal Orchestra - Everyone Acts Crazy Nowadays
É da permanente exploração que as bandas se reinventam e apuram o seu som, disco após disco. Não se estava à espera de um álbum só com hits. Por isso mesmo este Sex & Food acaba por não desiludir. Crítico, social, contemporâneo, introspectivo e bastante universal, leva-nos a perceber a maturação do génio inventivo de Nielson. Um crescimento mais que natural, alimentado essencialmente pelo melhor dos anteriores três discos. Juntando a isso o facto de ter sido gravado em sítios tão díspares como a Islândia, Nova Zelândia, Coreia do Sul ou até Vietname, é deste cocktail que nasce Sex & Food.

De entre doze faixas que compõem o álbum, de destacar a entrada bem fuzzy e eléctrica de 'Major League Chemicals' bem ao estilo de UMO. 'Hunnybee' , de tão agradável que é não queremos que termine. Já 'American Guilt' revisita distorções e riffs que não perderiam numa disputa mano a mano com as de Jack White. Volvidos pouco mais de vinte minutos do disco, eis que nos aparece 'Everyone Acts Crazy Nowadays', num claro revival do disco: vozes sintetizadas, teclados tamborilantes e ritmos que não nos deixam indiferentes. 'How Many Zeros' e 'Not In Love He're Just High' antecipam o final do álbum na mesma linha sónica, até que chegamos à derradeira. 'If You're Going To Break Yourself' é tudo aquilo que me fez apaixonar pelo som melancólico e ligeiramente dreamy dos UMO.

Ouçam o disco. Está bom. E nem dão por ele a passar. Depois é carregar no replay.

As boas vibrações continuam lá... o Som deles continua lá... e eles vão estar por cá, em Junho, no NOS Primavera Sound

Até uma próxima.

rafael silva




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