Dreamweapon - SOL (2018)



Quem quer ir até além do infinito?

O nome do grupo pode parecer familiar a alguns – Dreamweapon é o nome de um álbum ao vivo dos Spacemen 3. Mas não se deixem enganar, esta malta do Porto não é de todo uma cópia dos Spacemen 3. Longe disso. Embora fossem buscar as referências aos sítios certos – por vezes são guiados por uma espécie de motorik espacial e por vezes ouvem-se uns toques reminiscentes das grandes composições da mais recente reencarnação dos Swans – eles não se deixam levar em demasia pelas influências e encontram um som só deles. André Couto (que provavelmente conhecem dos 10.000 Russos), Edgar Moreira e João Campos Costa servem de motorista que nos leva para lá de tudo o que é terreno em direcção a um lugar onde as preocupações humanas e social constructs não se atrevem a entrar.


O disco, que nos é apresentado através da independente Fuzz Club Records, tem quatro temas com durações entre 8 a 14 minutos que fluem perfeitamente entre si, e SOL é uma viagem em direcção a um sol, sim, mas não ao nosso, certamente a um sol noutra dimensão. “Mashinne”, “Blauekirshe” e “Qram” são o wormhole, a auto-estrada intergaláctica que nos leva à dimensão alternativa onde nos espera “Monte da Virgem”. Enquanto as primeiras 3 faixas relatam a viagem até ao novo sol, a última faixa com um ritmo distinto, conta a história do que se passou lá. No fim, SOL deixa uma vontade enorme de fazer uma road trip pelo espaço fora à busca da aventura.


Este é o disco perfeito para quem quer ir a Júpiter e além do infinito. Não é uma composição para toda a gente e só quem tiver a paciência para se deixar levar na viagem é que tem a merecida recompensa que é esta obra.

É incrível como 45 minutos se transformaram no que pareceram 10, mas esse é um dos efeitos de viajar mais rápido do que a luz, não é verdade?
 


Tiago Grilo



Lê e ouve mais em: Música no Notas Longas
 

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