Não querem que penses que são mais uma banda do muito em voga género psicadélico, mas também são capazes de te induzir em transe enquanto os ouves. Cuidado. São os Ghost Hunt e em 2016 lançaram o homónimo Ghost Hunt, álbum este gravado nos Blue House Studio em Coimbra, por João Silva e por João Rui (A Jigsaw). É da conjugação da panóplia de módulos sequenciadores, sintetizadores e guitarra de Pedro Oliveira com o poderoso baixo de Pedro Chau, que minuciosamente e camada a camada foram edificados os cinco temas deste disco.
De influências marcadas do post-punk de bandas como Joy Division ou The Cure, até ao género alternativo dos Sonic Youth, os Ghost Hunt vão ao baú buscar as bandas sonoras das suas adolescências para encontrarem a verdadeira inspiração. É assim que de alguma forma nasce todo um mundo kraftwerk-iano com todo o imaginário electrónico a que temos direito. Melodias hipnóticas e ritmos ondulatórios que automaticamente nos ligam o modo Zen, nos transportam para um panorama new-wave introspectivo e ambiental. Os cenários são loops analógicos. Psicadélicos e imersivos, não há que lhes oferecer resistência: basta premir o botão do play e a música deles trata do resto. Não vais é conseguir conter a vontade do teu corpo de se exprimir ao som dos Ghost Hunt.
Dos jogos em campos eléctricos, à extremidade não muito profunda da zona vermelha, vais aceitar a tua momentânea desconexão com a realidade, tão efémera como este álbum.
Entra neste mundo dos Ghost Hunt. Vai ouvi-los. De preferência ao vivo, se tiveres oportunidade. Não desiludem!
rafael silva
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